Homenageados com nomes das Salas
Como no último fórum, neste segundo também homenagearemos, dando nome a salas de debates, diversos vultos representativos da luta pela liberdade e pelo pensamento crítico em nosso país, sendo modelos e inspirações para todos nós. Seguem abaixo a Biografia dos mesmos e os debates que ocorrerão em suas salas:
Carolina Beatriz Ângelo
Na sala que recebe o nome desta importante figura da luta feminista, debateremos na parte da manhã, entre 10h15 e 12h30, a questão da Violência Doméstica, tendo como introdutores Manuela Tavares, da UMAR, e Raquel Girão, da APAV. Serão moderadores e relatores São Correia e Vasco Graça. A sessão se iniciará com um videoclipe da cantora Susana Travassos.
Por sua vez, na parte da tarde, teremos, entre 14h30 e 16h45, a discussão sobre os Obcurantismos. Moderarão e relatararão, Guadalupe Magalhães Portelinha e Vitor Lima. Introduzirão Jorge Saraiva e Isabel Allegro Magalhães.
Carolina Beatriz Ângelo
Nasceu na Guarda a 16 de Abril de 1878 e faleceu em Lisboa a 3 de Outubro de 1911.
Era filha de Emília Clementina de Castro Barreto e Viriato António Ângelo, liberais, apoiantes do Partido Progressista. O pai estava ligado à actividade jornalística, o que lhe permitiu ingressar no Liceu da Guarda, em 1891, onde fez os estudos primários e secundários. Prosseguiu estudos na Escola Politécnica e na escola Médico-Cirúrgica em Lisboa, onde concluiu o curso de Medicina em 1902. Nesse mesmo ano, casou com Januário Gonçalves Barreto Duarte, seu primo, casapiano, médico, activista republicano e um dos fundadores da Liga Portuguesa de Futebol.
Foi médica, a primeira cirurgiã portuguesa e dedicou-se à especialidade de Ginecologia. Feminista, desenvolveu a sua militância em organizações defensoras dos direitos das mulheres, primeiro, em 1906, no Comité Português da agremiação francesa La Paix et le Désarmement par les Femmes, seguindo-se, em 1907, o Grupo Português de Estudos Feministas, conduzido por Ana de Castro Osório, e na Maçonaria, na Loja Humanidade.
Em 1909, fez parte do grupo de mulheres que fundou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, defensora dos ideais republicanos, do sufrágio feminino, do direito ao divórcio, da instrução das crianças e de direitos e deveres iguais para homens e mulheres.
A 5 de Outubro de 1910, dá-se a Implantação da República, tendo Carolina Beatriz Ângelo e Adelaide Cabete sido as responsáveis pela confecção secreta das bandeiras vermelhas e verdes, simbolizando a bem sucedida revolução. Logo após, esteve envolvida na fundação da Associação de Propaganda Feminista. No âmbito desta Associação projectou a criação de uma escola de enfermeiras, o que é referido como mais uma manifestação da sua preocupação com a emancipação das mulheres.
Foi a primeira mulher a votar no país, por ocasião das eleições da Assembleia Constituinte, em 1911.
O facto de ser viúva e ter de sustentar a sua filha, Emília Barreto Ângelo, permitiu-lhe invocar em tribunal o direito de ser considerada «chefe de família», tornando-se assim a primeira mulher a votar no país, nas eleições constituintes, a 28 de Maio de 1911. Por forma a evitar que tal exemplo pudesse ser repetido, a lei foi alterada no ano seguinte, com a especificação de que apenas os chefes de família do sexo masculino poderiam votar. Só em 1974, já depois do 25 de Abril, seriam abolidas todas as restrições à capacidade eleitoral dos cidadãos tendo por base o género.
Em sua homenagem, como médica e activista, o seu nome foi atribuído à toponímia de várias localidades do país, bem como a uma Escola EB 2,3, na cidade da Guarda e a um hospital em Loures.
Fonte: Wikepedia;NAM
Cruzeiro Seixas
A Sala Cruzeiro Seixas funcionará no Ginásio do Liceu Camões, de manhã e de tarde (10h15 às 12h30 e 14h30 às 16h45) e será direcionada às artes plásticas, música alternativa e performances, estando sob a coordenação David Zink.
Artur Manuel Rodrigues do Cruzeiro Seixas
Nasce na Amadora, 3 de Dezembro de 1920.
Pintor e poeta. A sua obra é amplamente conhecida e facilmente identificada, pela sua marca pessoal e intransmissível, pelo carácter distintivo que imprime em todas as suas peças.
Frequentou a Escola António Arroio, onde fez amizade com Mário Cesariny, Marcelino Vespeira, Júlio Pomar e Fernando Azevedo.
Em meados da década de 1940 aproxima-se do neo-realismo, de que se afasta quando adere aos princípios do surrealismo. Juntamente com Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Carlos Calvet, Pedro Oom e Mário-Henrique Leiria, entre outros, integra o Grupo Surrealista de Lisboa, resultante da cisão do recém-formado movimento surrealista português. Participa na exposição desse grupo em 1949, em Lisboa.
Em 1950 alista-se na Marinha Mercante e viaja até África, Índia e Ásia. Em 1951 fixa-se em Angola, desenvolvendo actividade no Museu de Luanda. Data desse tempo o início da sua produção poética . Realiza as primeiras exposições individuais, que levantam um acalorado movimento de opinião (a primeira de desenhos sobre a evocação de Aimé Cesaire, em 1953; a segunda principalmente de «objectos» e «colagens», 1957).
Regressa a Portugal em 1964. Recebe uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian em 1967. Nesse mesmo ano realiza uma pequena retrospectiva na Galeria Buchholz (com folha volante de Pedro Oom e prefácio de Rui Mário Gonçalves) e expõe na Galeria Divulgação, Porto. Em 1970 expõe individualmente na Galeria de S. Mamede, Lisboa, um conjunto de desenhos “de uma imagética cruel, ilustrações possíveis de Lautréamont, com prefácios de Cesariny, de Laurens Vancrevel e de Herberto Helder. Em 1973 publica-se o livro “Cruzeiro Seixas”, por Mário Cesariny, da colecção Escritores e Artistas de Hoje. Em 1975 na Galeria da Emenda expõe guaches de África (do período 1954/58), com a apresentação de Alberto Lacerda e de Hellmut Whol. Para a manufactura de Portalegre executa cartões de tapeçarias. Juntamente com Samouco, Raúl Perez, Laurens Vancrevel, Paula Rego, Mário Botas, entre outros; exposição colectiva na Galeria Ottolini, para comemorar os cinquenta anos da Revolução Surrealista. Em 1972, 1974 e 1976 Viaja pela Europa; entra em contacto com membros do surrealismo internacional e figura em exposições colectivas em Paris, no Brasil, em Bruxelas, em Chicago, em Londres, em Madrid, na Alemanha e no México. Em 1977 expõe em Amesterdão com Raúl Perez e Philip West.
Em 1986 edita-se o livro de poemas de Cruzeiro Seixas “Eu Falo em Chamas”, com apresentação de André Coyné. Em 1989 é-lhe atribuído o prémio SOCTIP “Artista do Ano”, na sequência do qual é publicado o volumoso álbum profundamente ilustrado “Cruzeiro Seixas”, sobre a sua vida e obra.
Em 1993 efectua doação ao Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro de uma considerável parte do seu acervo. Em 1999 doa a totalidade da sua colecção à Fundação Cupertino de Miranda, de V. N. de Famalicão, com vista à construção do Centro de Estudos do Surrealismo e do Museu do Surrealismo. Em 2000 edita-se o álbum “O que a Luz Oculta” com poemas e desenhos de Cruzeiro Seixas. Sob o título de “Retrato sem Rosto” poemas seus são reunidos em livro pelo Centro de Estudos do Surrealismo, da Fundação Cupertino de Miranda, em cuja sede em Vila Nova de Famalicão tem lugar uma enorme exposição retrospectiva e de homenagem a Cruzeiro Seixas, por ocasião do seu 80º aniversário, de que resulta o volumoso álbum biográfico “Cruzeiro Seixas”, com 150 reproduções de trabalhos seus. Em 2001 editam-se os livros de Cruzeiro Seixas “Viagem sem Regresso” de poemas e desenhos; “Galeria de Espejos – Galeria de Espelhos” livro de poemas prefaciados e traduzidos para castelhano por Perfecto E. Cuadrado; “Local Onde o Mar Naufragou” de desaforismos e serigrafias; na Galeria Sacramento, em Aveiro, de que resulta um vasto catálogo em forma de livro; na Fundación Eugenio GRanell, em Santiago de Compostela, tem lugar uma grande exposição retrospectiva, e publucação do livro biográfico “Cruzeiro Seixas”em várias línguas; em 2002 o Museu de Chiado, em Coimbra, organiza uma exposição com trabalhos de Cruzeiro Seixas pertencentes a coleccionadores locais. É editado o livro de poesia “Artur do Cruzeiro Seixas – Obra Poética vol. I”. Em 2003 no Centro de Arte e Espectáculos da Figueira da Foz, tem lugar uma grande exposição retrospectiva da obra de Cruzeiro Seixas. Na Galeria Municipal Artur Bual, na Amadora, realiza-se uma exposição retrospectiva e de homenagem a Cruzeiro Seixas. Conjuntamente com Raúl Perez expõe na Galeria São Mamede. 2005: “Fauna Flora e Arte”, exposição de inauguração da Galeria de São Mamede do Porto. 2008: “Obra plástica”, exposição retrospectiva, Gal Vieira de Silva, Câmara Municipal de Loures. “Isto não é uma exposição de arte”, Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso. 2009: “O Infinito Segredo”, Galeria São Mamede, Lisboa e Porto. Tapeçaria e Desenho, Reitoria da Universidade de Lisboa.
Executa ilustrações para diversos livros como “A Afixação Proibida” de António Maria Lisboa, “A Cidade Queimada” e “Titânia” de Mário Cesariny, “Antologia Erótica e Satírica” de Natália Correia, “Kunst en Anarchie” de Edgar Wind (Holanda), “Casos de Direito Galáctico” de Mário Henrique Leiria, “História Trágico Marítimo” e “Mulher de Luto” de Gomes Leal ou “Le Livre du Tigre” de Isabel Meyrelles.
Dedicam-lhe poemas Mário Cesariny, Herberto Helder, Alfredo Margarido, Mário Botas, Franklin Rosemont, José Pierre, Juan Carlos Valera, Bernardo Pinto de Almeida, Albano Martins, António Barahona, entre outros. Encontra-se representado em diversas colecções privadas e em instituições como o Museu do Chiado (Lisboa), Centro de Arte Moderna da Fundação
Caloust Gulbenkian, Biblioteca Nacional, Biblioteca de Tomar, Fundação Cupertino de Miranda (V. N. de Famalicão), Museu Machado de Castro (Coimbra), Fundação António Prates (Ponte de Sor), Fundación Eugenio Granell (Galiza) ou o Museu de Castelo Branco.
Em 2009 participa no documentário “Cruzeiro Seixas – O Vício da Liberdade”, da autoria de Alberto Serra e Ricardo Espírito Santo, exibido pela RTP 2 em Fevereiro de 2010.
A 10 de Junho de 2009 foi – lhe atribuída a medalha de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Em Outubro de 2012, a Sociedade Portuguesa de Autores atribuiu a Medalha de Honra a Cruzeiro Seixas em forma de reconhecimento pela sua longa e sólida carreira artística, como pintor e poeta. Com o mesmo intuito, as Galerias Perve e a Câmara Municipal de Oeiras inauguraram a exposição “Homenagem a Cruzeiro Seixas – Um passo à frente em África”, no Centro Cultural do Palácio do Egipto, em Oeiras.
Em 2018 foi homenageado aos 97 anos por Marcelo Rebelo de Sousa e pelo Centro Português de Serigrafia, editor há largos anos da sua obra, que lançou, pela ocasião, o Catálogo de Obra Gráfica e Múltiplos de Arte do artista.
Fonte: Wikipedia, Centro Português de Serigrafia.
Jorge de Sena
Na sala que recebe o nome do grande poeta, que completa seu centenário precisamente em 2019, como não poderia ser diferente, será um espaço para as artes que envolvem as palavras, dedicada à poesia, ao canto e ao teatro.
Na parte da manhã, entre as 10h15 e 12h30, será esta introduzida pela filha deste, Isabel Sena, e moderada por Camilo Mortágua e José Zaluar. Haverá uma intervenção do Grupo Acusa Teatro/Casa das Cenas/Educação pela Arte dedicada a Jorge de Sena.
Ocorrerá também uma homenagem ao cantor e escritor brasileiro, vencedor do Prémio Camões deste ano, Chico Buarque, coordenada por Moema Silva e Francisco Aires.
Por sua vez, entre as atividades variadas que ocorrerão na parte da tarde, entre 14h30 e 16h45, se realizará uma homenagem ao recém-falecido professor e poeta português, Carlos Carranca, organizada por José Zaluar e Vitor Sarmento.
Jorge Cândido de Sena
Nasceu em Lisboa, em 2 de Novembro de 1919 e faleceu em Santa Barbara, Califórnia a 4 de Junho de 1978.
Foi poeta, crítico, ensaísta, ficcionista, dramaturgo, tradutor e professor universitário português, naturalizado brasileiro em 1963.
Filho único de Augusto Raposo de Sena, natural de Ponta Delgada e comandante da Marinha mercante e de Maria da Luz Telles Grilo de Sena, domestica. Ambas as famílias eram da alta burguesia. A paterna de suposta linhagem aristocrática de militares e altos funcionários, e a materna de comerciantes ricos do Porto. Segundo relata no seu conto Homenagem ao Papagaio Verde, teve uma infância recolhida, solitária e infeliz, o que fez com se tornasse introspectivo, observador e imaginativo.
Fez a instrução primária e os primeiros anos do liceu no Colégio Vasco da Gama. Concluiu os estudos secundários no Liceu Camões, onde foi aluno de Rómulo de Carvalho. Era um jovem que lia avidamente, tocava piano e escrevia poemas. Na Faculdade de Ciências de Lisboa, fez os exames preparatórios com as notas mais elevadas.
Em 1938, aos 17 anos, entrou para a Escola Naval como 1º do seu curso. A 2 de Outubro de 1937, iniciou a sua viagem de instrução a bordo do navio-escola Sagres. Na parte teórica do curso Sena era brilhante, mas em termos atléticos era medíocre e apesar dos muitos esforços que fez não conseguiu satisfazer as elevadas expectativas do comandante do curso que propôs a sua exclusão. Sena ficou profundamente frustrado e desgostoso com esta rejeição e o seu afastamento definitivo de um modo de vida que tanto almejava.
Apesar da sua inclinação natural para a literatura, Sena frequenta e conclui o curso de Engenharia Civil, em 1944. O curso pouco o entusiasmou, mas durante todo esse tempo escreveu bastantes poemas, artigos, ensaios e cartas.
Trabalhou como engenheiro civil na Câmara Municipal de Lisboa, na Direcção-Geral dos Serviços de Urbanização e na Junta Autónoma das Estradas (JAE), onde permanecerá até ao seu exílio para o Brasil em 1959.
Desde os 16 anos que escrevia e em 1940, sob o pseudónimo de Teles de Abreu, publicou os seus primeiros poemas na revista Cadernos de Poesia, dirigida por Ruy Cinatti, Blanc de Portugal e Tomás Kim. Em 1942, publica o seu primeiro livro de poemas, Perseguição. Em 1940, no Porto, Jorge de Sena conhece e torna-se amigo de Maria Mécia de Freitas Lopes (irmã do crítico e historiador literário Óscar Lopes), começando a namorar em 1944 e casando-se em 1949. Jorge de Sena e Mécia de Sena tiveram nove filhos. Mécia, sua incansável companheira e enérgica colaboradora, apoiando o escritor nas inúmeras crises que lhe surgiram ao longo de uma vida por vezes atribulada.
Trabalhava incansavelmente, para sustentar a crescente família. Além do seu absorvente trabalho diurno na JAE (que lhe possibilitou viajar e conhecer o Portugal profundo), Sena também se dedicava à direcção literária em editoras, à tradução e revisão de textos, ocupações que lhe roubavam precioso tempo para a investigação literária e a para a sua obra.
A banalidade e a pequenez do quotidiano no Portugal de Salazar das décadas de 1940 e 1950 atormentam-no, bem assim como a mediocridade, a mesquinhez e a intriga dos meios literários, a opressão política, a censura literária, resultando num ambiente de trabalho sufocante e absolutamente frustrante.
Mesmo assim consegue publicar várias obras como: O Dogma da Trindade Poética – Rimbaud , Coroa da Terra, poesia, Páginas de Doutrina Estética de Fernando Pessoa (organização), Florbela Espanca , etc. Colabora na revista Mundo Literário (1946-1948) com contos e poesia e também como crítico artístico na rubrica cinema e também na revista Litoral (1944-1945).
Mas a sua situação como escritor e cidadão estava a tornar-se insustentável. Como escritor, não tinha tempo livre para escrever e a sua participação numa tentativa revolucionária abortada em 12 de Março de 1959, colocou-o em posição de prisão iminente.
Em agosto de 1959, viajou até ao Brasil, convidado pela Universidade da Bahia e pelo Governo Brasileiro a participar no IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros. Tendo sido convidado como catedrático contratado de Teoria da Literatura, em Assis, no Estado de S. Paulo, aproveitou essa oportunidade e aceitou o lugar, iniciando assim o seu longo exílio.
Em 1961, Jorge de Sena foi ensinar Literatura Portuguesa na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara. Em 1964, defendeu a sua tese de doutoramento em Letras (Os Sonetos de Camões e o Soneto Quinhentista Peninsular), tendo obtido os títulos académicos “com distinção e louvor”.
O período de seis anos que passou no Brasil foi muito produtivo. Escreveu poesia, teatro, ficção, ensaísmo e investigação. Parte do romance Sinais de Fogo e a totalidade dos contos Novas Andanças do Demónio foram escritos neste período.
A degradação da situação política no Brasil, com a instalação de uma ditadura militar a partir de Março de 1964, fez com que Jorge de Sena, mais do que nunca avesso a prepotências, aceitasse um convite para ensinar Literatura de Língua Portuguesa na Universidade de Wisconsin, para partir para os Estados Unidos em Outubro de 1965. Em 1967 foi nomeado catedrático do Departamento de Espanhol e Português da referida universidade.
De 1970 até 1978 foi catedrático efectivo de Literatura Comparada na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara. Apesar da satisfação de ensinar e da amizade que os alunos lhe dedicavam, Sena não foi feliz. Queixava-se da “medonha solidão intelectual da América” onde não havia
“convívio intelectual algum” e da esterilidade e espírito burguês do meio académico, que não se interessava pela sua obra.
Quando se deu o Revolução de 25 de Abril de 1974, Jorge de Sena ficou entusiasmado e queria regressar definitivamente a Portugal, ansioso de dar a sua colaboração para a construção da democracia. Contudo, nenhuma instituição cultural ou Universidade o convidou para qualquer cargo e tem que regressar `aos EUA, profundamente desiludido e amargurado.
Em 1978, a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o escritor dando o seu nome a uma rua na zona da Quinta de Santa Clara, na Ameixoeira.
Em 11 de Setembro de 2009, os seus restos mortais foram trasladados de Santa Barbara, Califórnia, para o Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, depois duma cerimónia de homenagem na Basílica da Estrela, com a presença de familiares, amigos e entidades oficiais.
Foi um dos mais influentes intelectuais portugueses do século XX, com vasta obra de ficção, drama, ensaio e poesia, além de importante epistolografia com figuras tutelares da literatura portuguesa e brasileira. A sua obra de ficção mais famosa é o romance autobiográfico Sinais de Fogo, adaptado ao cinema em 1995 por Luís Filipe Rocha. Grande parte da sua obra foi publicada postumamente pelos cuidados da viúva, Mécia de Sena.
Escreveu mais de 20 livros de poesia, como Pedra Filosofal , Arte de Música, Quarenta Anos de Servidão, Dedicácias, Poesia I, Poesia II, Poesia III. Na ficção destaca-se Andanças do Demónio, Os Grão-Capitães, Sinais de Fogo. No Drama, O Indesejado, Ulisseia Adúltera, O Banquete de Dionísios. Nos Ensaios, entre outros, salienta-se Da Poesia Portuguesa, O Poeta é um Fingidor, O Reino da Estupidez, Os Sonetos de Camões e o Soneto Quinhentista Peninsular , Maquiavel e Outros Estudos, Dialécticas Aplicadas da Literatura. Na Epistolografia ressalta-se a correspondência com Mécia de Sena, José Régio, Eduardo Lourenço, Sophia de Melo Breyner, Ramos Rosa.
Recebeu o Prémio Internacional de Poesia Etna-Taormina, pelo conjunto da sua obra poética, e foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (9 de Abril de 1977), por serviços prestados à comunidade portuguesa. Recebeu, postumamente, a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada de Portugal a 30 de agosto de 1978. Em 1980, foi inaugurado o Jorge de Sena Centre for Portuguese Studies, na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara.
Fonte: Instituto Camões
Maria de Lurdes Pintassilgo
Nesta sala, durante a manhã, entre 10h15 e 12h30, iremos debater a questão das Migrações e Refugiados, tendo como introdutores o ativista Miguel Duarte e Mônica Frechaut, representante do Conselho Português para os Refugiados, sendo moderadora e relatora teresa Gago. Já na parte da tarde (14h30 e 16h45), teremos o debate sobre Ambiente, com os introdutores Luís Ribeiro, Alice Gato (Climáximo) e João Reis (Extinction Rebellion Portugal). O moderador nesta parte será Francisco Aires.
Maria de Lurdes Pintasilgo
Maria de Lourdes Pintasilgo, nasceu em 18.01.1930, em Abrantes e faleceu em 10.07.2004, em Lisboa.
Filha de Jaime de Matos Pintasilgo, empresário ligado à indústria de lanifícios da Covilhã e Amélia do Carmo Ruivo da Silva Matos Pintasilgo, doméstica. Cresceu numa família alargada, não cristã, agnóstica. Em 1937, a família de Maria de Lourdes Pintasilgo abandonou Abrantes e instalou-se em Lisboa. Maria de Lourdes Pintasilgo realizou já a instrução primária numa escola particular da Av. Almirante Reis, o Colégio Garrett. Em 1940, ingressou no Liceu D. Filipa de Lencastre. Terminou em 1947 o curso secundário como melhor aluna do liceu e por dois anos consecutivos obteve o Prémio Nacional. Em 1953, com 23 anos, licenciou-se em Engenharia Químico-Industrial, pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa, numa época em que eram poucas as mulheres que enveredavam pela área da engenharia. Entre os 250 alunos do seu curso, apenas 3 eram mulheres.
Iniciou a sua carreira profissional como investigadora na Junta Nacional de Energia Nuclear, na qualidade de bolseira do Instituto de Alta Cultura. Em 1954, foi nomeada chefe de serviço no Departamento de Investigação e Desenvolvimento da Companhia União Fabril (CUF), que aceitou pela primeira vez uma mulher nos seus quadros técnicos superiores. Trabalhou sucessivamente nas fábricas do Barreiro e nos Centros de Investigação de Sacavém e Lisboa. Entre1954 e 1960, assumiu a direcção de projectos no Departamento de Estudos e Projectos da CUF, dos quais se destacam a edição da revista Indústria e a organização dos Colóquios de Actualização Científica, destinados aos quadros técnicos da empresa.
Entre 1952 e 1956, presidiu à Juventude Universitária Católica Feminina (JUC/F). Foi co-presidente, com Adérito Sedas Nunes, do I Congresso Nacional da Juventude Universitária Católica. A projecção que, entretanto, adquiriu no interior do movimento católico português conduziu à sua eleição, por aclamação, para o cargo de presidente internacional da Pax Romana – Movimento Internacional de Estudantes Católicos (1956 e 1958). Nessa qualidade, ao longo do ano de 1957, presidiu ao I Seminário de Estudantes Africanos, no Gana, à Assembleia-Geral do movimento realizada em El Salvador. Em 1958, presidiu ao Congresso Mundial de Estudantes e Intelectuais Católicos, realizado em Viena de Áustria.
Em 1957, fundou em Portugal, com Teresa Santa Clara Gomes, o movimento internacional Graal. Entre 1964 e 1969, enquanto vice-presidente internacional do Graal, foi coordenadora de programas de formação e de projectos-piloto no domínio da emancipação da mulher, do desenvolvimento, da acção sociocultural .
Em Novembro de 1969, após recusar o convite do presidente do Conselho, Marcelo Caetano, para integrar a lista de deputados à Assembleia Nacional, Maria de Lourdes Pintasilgo aceitou ser designada procuradora à Câmara.
Corporativa. Na qualidade de procuradora, assinou com “voto de vencida” vários pareceres, relativos a questões como a liberdade de imprensa, o modelo de desenvolvimento económico e as alterações à Constituição.
Entre 1970 e 1973, presidiu ao Grupo de Trabalho para a Participação da Mulher na Vida Económica e Social . Integrou a Delegação Portuguesa à Assembleia Geral da ONU, tendo aí realizado cinco intervenções, subordinadas às problemáticas: o direito dos povos à auto-determinação, a juventude, a condição feminina, a situação social no mundo, a liberdade religiosa.
Em 1973 foi nomeada presidente da Comissão para a Política Social relativa à Mulher. Esta comissão sofreu uma mudança de designação em 1975, passando a ser referenciada como Comissão da Condição Feminina, agora dotada de autonomia administrativa. Maria de Lourdes Pintasilgo foi titular do cargo de presidente da referida Comissão, interrompendo o exercício do cargo para integrar alguns Governos Provisórios, após o 25 de Abril.
Depois da revolução do 25 de Abril de 1974, foi nomeada secretária de Estado da Segurança Social no I Governo Provisório. Ocupou como ministra a pasta dos Assuntos Sociais nos II e III Governos Provisórios. O programa de acção que concebeu para aquele Ministério mereceu a classificação de programa-modelo, por parte do Secretariado do Desenvolvimento Social para a Europa da ONU. Introduziu, no programa daquele ministério, a aplicação do princípio da universalidade das prestações sociais do Estado. Entre Maio e Setembro de 1975, foi ainda designada membro eleito do Conselho de Imprensa. Em 1975, retomou a presidência da Comissão da Condição Feminina, permanecendo em funções até à tomada de posse como embaixadora junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.Foi embaixadora delegada de Portugal junto da UNESCO (Paris) até 1979. Foi eleita, por quatro anos, membro do Conselho Executivo da UNESCO.
Em 1979, foi indigitada pelo presidente da República, general Ramalho Eanes, para chefiar o V Governo Constitucional, um governo de gestão de 100 dias, incumbido de preparar as eleições legislativas intercalares. Ao aceitar desempenhar aquelas funções, Maria de Lourdes Pintasilgo tornou-se a primeira mulher portuguesa a assumir o cargo de chefe do Governo. Foram características da sua acção governativa uma liderança dialogante, bem como a manifesta preocupação de justiça social que trespassou a produção legislativa daquele período. Entre 1981 e 1985, exerceu funções como consultora do presidente da República, gerindo durante essa época o dossier Timor-Leste. Dotada de um estilo carismático foi dinamizadora de importantes movimentos sociais e cívicos, resultantes da sua preocupação com o aprofundamento da democracia. De nomear entre outros: a Rede de Mulheres (1980-1986), a Plataforma Inter-Grupos, o Movimento para o Aprofundamento da Democracia (MAD), surgido entre 1982 e 1985, e a Plataforma Europeia para o Ambiente.
Foi candidata independente às eleições presidenciais de 1986. Só passados 30 anos é que surgiu no panorama político português outra mulher a candidatar-se a esse cargo, a deputada europeia Marisa Matias. Entre 1987 e 1989 foi deputada no Parlamento Europeu, na qualidade de independente integrada no Grupo Socialista.
O projecto que defendera enquanto primeira-ministra despertara a hostilidade do Partido Social Democrata (PSD) e do Centro Democrático Social (CDS), que depois de formarem o Governo da Aliança Democrática (1980-1982), procuraram retirar-lhe visibilidade no espaço público.
Foi membro do conselho directivo do World Policy Institute da New School of Social Research, em Nova Iorque (1982). Em 1983 torna-se membro do Conselho de Interacção de Ex-Chefes de Governo, organismo criado por Kurt Waldheim, Leopold Senghor e Helmut Schmit, ocupando a sua vice-presidência entre 1988 e 1993, por designação do Comité Executivo. Foi igualmente membro do Conselho Directivo da Universidade das Nações entre 1983 a 1989, por designação do Secretário-Geral da ONU, do Director-Geral da UNESCO e da Santa Sé. De 1989 a 1991 foi membro do Conselho da Ciência e da Tecnologia ao Serviço do Desenvolvimento, eleita pela Assembleia Geral da ONU, e membro do Grupo de Peritos da OCDE sobre A Mudança Estrutural e o Emprego das Mulheres (1990-1991), a convite do Secretário-Geral daquela organização.
Entre 1990 e 1992 foi conselheira especial do Reitor da Universidade das Nações Unidas. De 1992 a 1994 foi presidente do Grupo de Peritos do Conselho da Europa sobre Igualdade e Democracia. Por convite conjunto dos Governos da Holanda, Suécia, Noruega, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Japão da ONU, do Banco Mundial e de várias Fundações Americanas, entre 1992 e 1997, foi presidente da Comissão Mundial Independente sobre a População e Qualidade de Vida.
Presidiu, entre 1993 e 1998, ao Conselho Directivo do WIDER/UNU, Instituto Mundial de Investigação sobre Desenvolvimento Económico da Universidade das Nações Unidas. Maria de Lourdes Pintasilgo foi também, entre 1995 e 1996, presidente do Comité dos Sábios, a convite do Presidente da Comissão Europeia.
Participou ainda em numerosos simpósios, encontros, colóquios em universidades, institutos religiosos e organizações cristãs, entidades internacionais (OCDE, ONU, UNITAR, OIT, NATO, UNESCO), em associações e movimentos de mulheres, fóruns políticos e sociais dos cinco continentes, com a análise de temas relacionados com os vários aspectos da intervenção das mulheres na sociedade civil, do desenvolvimento e da qualidade de vida, da cidadania, da teologia e espiritualidade cristã, da democracia e reforma do Estado.
Foi membro das seguintes entidades: Fundação Europa – América Latina (1984); Clube de Roma, Paris (1984); Sisterhood is Global Institute, em Nova Iorque (1986, tornando-se sua presidente, em 1994); do comité consultivo do
Synergos Institute, Nova Iorque (1988); Instituto para o Desenvolvimento e a Acção Cultural (IDAC), Rio de Janeiro (1997); Institute for Democratic Electoral Assistance, em Estocolmo (1997); Conselho de Women World Leaders, Cambridge (1998) e membro do World Order Model´s Project. Membro da Pax Christi (1984) e do Movimento Internacional de Mulheres Cristãs.
Em 1987, leccionou na Universidade Internacional de Lisboa um Curso sobre Problemas de Desenvolvimento Global. Durante o ano de 1994, foi professora na Universidade Aberta de Lisboa, no âmbito do Mestrado em Relações Interculturais, da disciplina Nacionalidade, Cidadania e Identidade Cultural. Entre 1991 e 2002 foi membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, eleita pela Assembleia da República. Torna-se desde 2001, presidente da Fundação Cuidar O Futuro, por si concebida e instituída pela Associação Graal.
Foi galardoada, em 07.03.1986, com o The 1986 Living Legacy Award atribuído pelo Women’s International Center, em San Diego (Califórnia). Recebeu o doutoramento “honoris causa” pela Universidade Católica de Louvaina, em 02.02.1990.
Foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo (1981), tornando-se na primeira mulher agraciada nessa Ordem com esse grau; com a Grã-Cruz da Ordem do Infante (10.06.1994) e com a Medalha Machado de Assis pela Academia Brasileira de Letras (13.11.1997).
A obra publicada de Maria de Lourdes Pintasilgo é variada, contemplando desde livros, ensaios, relatórios, conferências, prefácios, além de um vasto número de artigos em jornais e revistas. As principais temáticas abordadas nos seus artigos são sobre a participação das mulheres no desenvolvimento/qualidade de vida, na cultura e na política, a renovação da teoria e prática políticas, a espiritualidade e o compromisso cristãos. Merecem destaque os seus principais livros: Sulcos do nosso querer comum (; Imaginar a Igreja, Les nouveaux féminismes: question pour les chrétiens? ; As dimensões da mudança ; As minhas respostas; Prefaciou edições das Novas Cartas Portuguesas, de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa. Em 1999, prefaciou também a obra de Maria Regina Tavares da Silva, A Mulher – Bibliografia Portuguesa Anotada (1518-1998). A escrita e as investigações que conduziu caracterizam-se pela criação de alternativas aos paradigmas existentes, pela proposta de um diálogo interdisciplinar e por grande independência da sua reflexão política. Saliente-se ainda que, a divulgação do seu pensamento foi em grande medida feita através de longas entrevistas e debates, editados por publicações nacionais e estrangeiras, comprovando os seus dotes excepcionais de comunicadora e pensadora.
Fonte: Fundação Cuidar o Futuro
Salgueiro Maia
Na Sala Salgueiro Maia, na parte da manhã, entre as 10h15 e 12h30, se debaterá a Corrupção, tendo como introdutora Maria José Morgado e como moderador e relator, Jacinto Rego de Almeida. Na parte da tarde, entre as 14h30 e 16h45, tendo como introdutores Isabel do Carmo e Luis Vaz, e a primeira também como moderadora e relatora, se debaterão o Direito ao Descanso e as Desigualdades Sociais.
Fernando José Salgueiro Maia
Nasceu em Castelo de Vide, em 1 de Julho de 1944 e faleceu em Lisboa, em 3 de Abril de 1992.
Salgueiro Maia foi o único filho de um ferroviário, Francisco da Luz Maia, e de sua mulher, Francisca Silvéria Salgueiro (mortalmente atropelada, aos 29 anos, por um autocarro em Lisboa, tinha Fernando Salgueiro Maia quatro anos de idade.
Nascido em Castelo de Vide, viveu em Coruche, Tomar e Pombal. Faz o Ensino Secundário em Leiria, no Liceu Nacional de Leiria.
Admitido, em Outubro de 1964, na Academia Militar, em Lisboa, seria colocado na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém. Na mesma instituição, ascendeu a comandante de instrução e integrou uma companhia dos comandos na Guerra Colonial.
Foi um dos chamados capitães de Abril. Liderou, juntamente com outros revoltosos, o golpe militar que derrubaria a ditadura, em 25 de Abril de 1974. Esse dia glorioso da História de Portugal ficou conhecido como a “Revolução dos cravos”.
Em 1973 iniciaram-se as reuniões clandestinas do Movimento das Forças Armadas e, Salgueiro Maia, como Delegado de Cavalaria, integra a Comissão Coordenadora do Movimento. Depois do 16 de Março de 1974 e do Levantamento das Caldas, foi Salgueiro Maia, a 25 de Abril desse ano, quem comandou a coluna de blindados que, vinda de Santarém, montou cerco aos Ministérios do Terreiro do Paço. Mas não se ficou por aí o seu protagonismo no 25 de Abril. No final da tarde, seguindo as ordens de Otelo Saraiva de Carvalho, no Posto de Comando na Pontinha, exigiu a rendição de Marcelo Caetano, no Quartel do Carmo, entregando a pasta do governo a António de Spínola. Salgueiro Maia ainda escoltou Marcelo Caetano ao avião que o transportaria para o exílio no Brasil.
Na madrugada de 25 de Abril de 1974, durante a parada da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, proferiu o célebre discurso: “Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados socialistas, os estados capitalistas e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!” Todos os 240 homens que ouviram estas palavras, ditas de forma serena mas firme, tão característica de Salgueiro Maia, formaram de imediato à sua frente. Depois seguiram para Lisboa e marcharam sobre a ditadura.
Recusou, ao longo dos anos, ser membro do Conselho da Revolução, adido militar numa embaixada à sua escolha, governador civil do Distrito de Santarém e pertencer à casa Militar da Presidência da República. Foi promovido a major em 1981 e, posteriormente, a Tenente-coronel.
Depois da Revolução, viria a licenciar-se em Ciências Políticas e Sociais, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa.
A 24 de Setembro de 1983, recebe a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
Em 1989, foi-lhe diagnosticada uma doença cancerosa, tendo vindo a falecer a 3 de Abril de 1992.
A título póstumo, foi agraciado, a 28 de Junho de 1992 com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar da Torre Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, em 2007, com a Medalha de Ouro de Santarém e a 25 de Abril de 2016 recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Fonte: Wikipedia
Outros homenageados:
Além de baptizar algumas salas, ao longo das atividades também realizaremos outras homenagens na Sala Jorge de Sena: ao professor e poeta Carlos Carranca e ao cantor e escritor, vencedor do Prémio Camões, Chico Buarque. Em breve colocaremos aqui, também, suas biografias.